Fazer o bem
Ômar Souki
Há um número enorme de pessoas que relatam experiências de quase morte (EQMs): são homens e mulheres declarados clinicamente mortos, mas que—depois de saírem de seus corpos e vivenciarem o mundo espiritual—retornam. Após essa vivência experimentam uma mudança de vida, valorizando mais o seu lado espiritual e sentindo um desapego crescente das coisas materiais. Em geral, enquanto estão do lado de lá—depois de terem feito uma revisão de vida—se encontram com um ser de luz que lhes informa que não podem ficar, pois a sua hora ainda não chegou. O momento da partida definitiva só acontece depois que a missão da pessoa é concluída aqui na Terra. E, a essência dessa missão é o serviço aos semelhantes, pois é assim que crescemos espiritualmente. Dons e talentos nos são fornecidos para que possamos fazer o bem aos outros. Uma pergunta que lhes é feita lá é a seguinte: “Como você ajudou aos seus semelhantes?”.
Essas pessoas, depois da EQM, tentam ajudar aos outros em vez de pensar tanto em si mesmas. Vivem cada dia como se fosse o último e passam a participar mais de suas comunidades religiosas, buscando levar um estilo de vida que agrade a Deus. Fazem o firme propósito de amar como Jesus amou e perdoar como ele perdoou, fazendo integralmente a vontade de Deus. Aumentam a consciência de que tudo que colocamos no universo, retorna. Colocando amor, recebemos bondade, compaixão, e coisas maravilhosas acontecem. Mas se desejarmos a mentira, o roubo e a trapaça, todas essas coisas também voltam para nós. Precisamos ter cuidado com o que dizemos e com o que fazemos para não ferir os outros.
A presença divina fica mais clara para eles: Deus passa a ser visto tanto na natureza quanto nos outros, sejam eles amigos ou inimigos. Falam que quando nos olhamos no espelho devemos ver o reflexo do Criador e saber que somos preciosos para ele. As mudanças climáticas que estão para acontecer em futuro próximo, assim como os terremotos, os tsunamis, as grandes guerras e o colapso do sistema financeiro, são coisas que vários veem acontecendo enquanto estão fora do corpo. A razão desses desastres lhes é explicada como fruto do egoísmo humano. São eventos que poderiam ser evitados se houvesse uma mudança na forma de pensar e de sentir da humanidade, mas isso não está acontecendo. Os seres humanos continuam separados do amor, o que faz com que se preocupem com mesquinharias tais como o ódio, as guerras, as mentiras, e cultivem a vontade de se ferirem uns aos outros.
Há coisas que, do lado de lá, parecem óbvias, mas que tantas vezes são esquecidas durante a vida na Terra, tais como: nós estamos aqui para aprender uns com os outros e que o nosso propósito é amar. Fazer o bem—algo tão enfatizado do lado de lá—parece tão difícil de se ver do lado de cá.
